15.6.09

a melhor corrida

Com duas corridas de 10km no mesmo mês é inevitável que surjam comparações entre elas - e a pergunta que não quer calar é: qual foi a melhor? Essa é fácil! Sem dúvida foi a Corrida das Pontes. Quem leu o texto sobre a corrida do Bompreço deve estar pensando que finalmente fiz os 10km abaixo de uma hora ou pelo menos melhorei meu tempo. Na verdade não aconteceu nem uma coisa nem outra, e o mais impressionante é que isso não fez a menor falta. Eu não sou uma expert em corridas, essa foi apenas a minha segunda medalha, mas estou com uma leve desconfiança de que a qualidade de uma corrida não é medida pelo tempo que ela durou, mas por outros fatores para os quais ainda não inventaram um chip que mensure.

Apesar de mais uma vez ter chegado atrasada, sem tempo para aquecer e alongar apropriadamente, pelo menos dessa vez eu não perdi a largada. E isso faz muita diferença! Aqueles minutinhos de espera na concentração, a última conferida no nó do tênis, uns pulinhos para soltar a musculatura, as conversas com os conhecidos e até a vontade de fazer xixi bem na hora da largada são coisas que fazem parte do prazer de participar de uma corrida. Além disso, é na concentração que as pessoas vão se agrupando, ou por afinidade ou por objetivo - seja lá qual for o motivo, para correrem juntas. Na corrida do Bompreço cheguei 10 minutos após a largada e e corri os 10km praticamente sozinha. Faltou emoção... nossa, e como fez falta! Agora eu posso perceber a diferença; corrida boa é que te deixa arrepiado e com lágrima nos olhos.

Desde o início a corrida das Pontes me emocionou - sim, eu chorei quando olhei pra frente e vi a primeira das 8 pontes lotada de corredores. Eu me arrepiei quando passávamos pela segunda ponte e de lá podíamos ver os primeiros colocados atravessando a quarta ponte. As vezes inconscientemente diminuia o ritmo para admirar a imagem das pessoas correndo entre os prédios históricos. Um verdadeiro paradoxo tanto movimento em um lugar onde o tempo parece não passar. Corrida boa é a que te faz filosofar? Filosofar, pensar coisas boas, meditar ou qualquer outra coisa que não seja um pensamento sobre "estar correndo". Na corrida do Bompreço pensei demais sobre respiração, postura, passadas, ritmo e esqueci de olhar para o mar. Lição aprendida: é pra isso que servem os treinos.

Apesar da corrida ser considerado um esporte solitário, posso dizer que minha corrida não teria sido a mesma se tivesse corrido sozinha. Éramos simplesmente duas pessoas correndo lado a lado - ela com seu mp3 player e eu com meu silêncio, sem trocar nenhuma palavra, mas com corpos que falavam a mesma língua. Quando chegamos na marca dos 5km, apertamos as mãos e partimos para a metade restante de prova. Era o início de uma parceria. É muito bom correr com alguém que tem o mesmo ritmo que você, que não te atrasa nem te faz ficar esbaforida para não ficar pra trás.

Se os momentos que antecedem a largada contribuem para a qualidade de uma corrida, o que dizer então sobre o final? Terminar uma corrida com alegria, inteira, com energia para mais um km e dando uma acelerada nos últimos 500m é o "happy end" ideal. A cereja do bolo? Seu grupo ser patrocinado pela Adidas e você ganhar blusa, mochila, squeeze, toalha e muitos outros mimos entre uma massagem gratuita e um farto café da manhã. Alguém vai discordar de que 1h e 09 minutos é melhor que 1h e 07 minutos?

3 comentários:

  1. Line concordamos com você em gênero, número e grau!! Correr pra nós se tornou algo bem maior que "tempos", algo que envolve o momento, a companhia, o desafio, o percurso, a natureza....
    Correr com alguem torna tudo isso mais prazeroso, da uams sensação de segurança, de conforto, mesmo no silêncio.
    Precisamos marcar uam corrida juntos!!
    Abraços!

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  2. cade aline, tu q eh uma pessoa antenada no mundo do rock, nun sabe de grupo de corrida aqui em brasilia nao?? hauhauhuauha
    bjo

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