23.12.12

Mudanças, corrida e sustentabilidade.

Nesse ano percebi algo curioso e agradável nas retrospectivas de redes sociais. Se nos anos anteriores a palavra sustentabilidade era apenas um conceito distante, recorrente em jornais, discursos políticos e teorias, nesse ano ela se se fez tangível e presente na vida de muita gente. No meu Facebook,  li muitos relatos de gente que resolveu ser mais simples em 2012 - pessoas que compraram menos, doaram mais, aproveitaram mais, gastaram menos. Amigas que se recusaram a acumular roupas, sapatos e maquiagens que já não usavam. Amigos que receberam de bom grado os móveis antigos do amigo que mudou de cidade. Aquele tênis que você comprou e não deu certo agora está correndo em outros pés.

E o melhor é que não é algo forçado, para ser modinha. Algumas pessoas realmente internalizaram que a sustentabilidade pode ser uma coisa boa para todos - não é um plano mirabolante para salvar o planeta. Eu não  estou querendo dizer que todo mundo esteja virando São Francisco, pois muitas vezes as boas iniciativas começam pelo próprio benefício. "Quero mais espaço no meu quarto""Quero economizar pra sair do cheque especial" "Quero dar uma utilidade para as coisas que estão no depósito". Um "egoísmo do bem"? Você começa pensando em si e quando percebe já está afetando positivamente outros. And it feels good.

Os pessimistas dirão que a motivação de muita gente foi a falta de dinheiro. O que não faz sentido, pois nós (brasileiros) nunca fomos tão ricos. Eu acredito mesmo em mudanças. Há quanto tempo ouvimos falar sobre sustentabilidade? 10 anos? 20 anos? Nesse ano aconteceu a Rio+20 - 20 anos de Eco 92. Sim, mudanças significativas não acontecem de um dia para a noite. E se você está incomodado porque ainda compra muita coisa que não precisa, produz muito lixo e não ajuda ninguém... tudo bem, já é um começo.

Olhando pra trás fico feliz por ter resistido ao impulso de comprar um novo ipod, afinal o meu nano de 2008 ainda está funcionando perfeitamente. Aliás, ele é de segunda mão; troquei pela minha bicicleta ( que eu não tava usando) com meu sobrinho. Fico feliz também por estar usando a Camelbak (da minha irmã) que já tinha virado item de decoração do quarto. Por outro lado, me envergonho de ter comprado 4 pares de tênis de corrida. Por ainda ter muitas roupas de ginástica acumuladas. E por muitas outras coisas que eu pretendo resolver nessa última semaninha do ano. Sempre é tempo.


Feliz 2013, pessoas.

6 comentários:

  1. Grande post... grande frase.
    Eu eventualmente brinco com uma frase que ouvi em um dos filmes da série TOY STORY:"Um brinquedo só é brinquedo enquanto uma criança quer brincar com ele" (ou algo parecido com isso).
    Limpar a casa, se desfazer daquilo que não lhe faz mais serventia está escrito de inúmeras formas e em muitos lugares. No Feng Shui fala sobre ter o necessário e criar espaço para o novo. Não um objeto em si, mas para vida.
    Os "pequenos" na Saga Senhor dos Anéis dão os presentes que receberam e não gostaram para os outros. Honesto. Ao menos o presente vai acabar na mãe de quem realmente o deseja ou precisa.
    Você falou dois quatro pares de tênis e lembrei dos meus cinco! Mas não consigo me desfazer deles, pois criei uma função para os mais antigos. Um serve para correr na areia e um outro para passear (continua lindo e inteiro). Um está em uso e outro guardado. O último par é um tênis para trilha.
    Mas o que mais me impressiona é o meu smartphone. Meu velho smartphone, que a quase dois anos me acompanha firme e forte, marcando os mais de três mil quilômetros. É bom desabafar estas coisas vez outra. Vai que alguém se comove e se mexe também?
    Feliz Natal.

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    1. André,

      Gostei da frase do Toy Story!! E é bem verdade, né? A gente tem que ensinar as crianças a pensarem assim desde pequenas para que não se tornem adultos acumuladores e apegados às coisas. Lembrei agora da musiquinha do Balu no filme Mogli "Eu uso o necessário... somente o necessário... o extraordinário é demais..." - Lembra dessa?

      Quanto aos tênis... se você tem uma função pra todos eles, tudo bem. Eu terminei vendendo um dos meus por um preço simbólico, pq comprei pela internet e nao deu certo.. aí ele realmente tava sem uso.

      No fundo no fundo... acho que tudo que escrevo aqui tem essa motivação: comover e fazer com que as pessoas se mexam. Com ou sem tênis, como você disse.

      Feliz Natal pra tu e tua família. Beijão.

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  2. Boas festas, Aline, e que a gente se encontre em 2013, depois de muitos e muitos anos! :) Beijão, corra muito!

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    1. Obrigada, JP! Feliz 2013 pra você e suas meninas!!! Espero conhecê-las ano que vem!! Um beijão :)

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  3. Oi Aline, te conhecer pessoalmente com a galere (Meg, Isabel, Cyro - lá na Parmalat) e vc ter se "metido" na minha conversa com a Karine sobre um certo filme que nem vi foi uma coisa muito boa que 2013 em seu comecinho está me proporcionando. Olha só, eu acabei vindo parar no teu blog e em pouco menos de 10 posts me deparo com este em particular que resume uma atitude que talvez já esteja bem avançada contigo, mas que comigo está apenas começando. Eu evitei ao máximo fazer resoluções de ano novo pq sempre não as levo para frente. Mas foi engraçado que já nos 45 minutos do segundo tempo de 2012 eu comecei a mudar de atitude em relação ao consumismo (de dinheiro e de calorias) que está fazendo - quase me obrigando - com que eu me comprometa neste ano e a mantenha firme e em definitivo. E o principal objetivo é simplificar a vida. Não sei se é a idade, o filho que tive, as mudanças boas e ruins disso, dentre as quais a silhueta desagradável, que finalmente me fizeram cair na real e buscar um estilo de vida (por não achar melhor nome) que me conserve bem por mais tempo. Seja para meu próprio deleite, seja para que eu possa dar algum exemplo bom para meu filho. E o fato de acumular coisas com a vã ilusão de que um dia vou usar ou para preencher algum vazio, já vi, por experiência, que não é bem assim que acontece. No final, só fica mesmo o acúmulo, o excesso. As ocasiões raramente vêm e o vazio continua. No quesito calorias, estou começando, a passos bem lentos literalmente, a incluir a corrida em minha vida. Por enquanto na esteira, mas logo que a autoconfiança chegar vou por meus pés na estrada. Por isso, querida, quero registrar que é um prazer conhecê-la e, como eu gosto muito de blogs, o seu já está nos meus favoritos porque é muito bom saber que alguém de perto escreve bem e sobre coisas que atualmente me apetecem. Abraços. Christy.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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