4.12.08

I'm fuckin' Ibiza - parte II

Com o otimismo que me restava, entrei com o pé direito no navio e fui direto para a minha cabine, troquei a calça jeans por uma saia e saí para dar uma voltinha pelos nove andares da minha "casa" nos futuros 5 dias. Eram 3 horas da tarde e o navio só saíria a noite, então tive realmente muito tempo para conhecer cada ambiente, obviamente acompanhada do meu copo de....cerveja, uísque, tequila, uísque, cerveja... tudo já incluso no pacote. A vantagem é que você bebe até cair e a desvantagem é que, se você bebe dignamente, antes de cair você vê muita gente caindo praticamente em cima de você.... e olha que o navio ainda estava ancorado.

Logo após o jantar, o navio finalmente zarpou e muita gente foi até o ultimo andar fazer a vibe "vi noTitanic o povo dando tchauzinho com lenço na mão", o único porém é que eram 11 horas da noite e não havia uma viv'alma no porto do Recife. Com a vergonha alheia mode ON, fui até o teatro ver o espetáculo de boas vindas que na programação era descrito como um show de "música & dança". Muito medo nessa hora. Juntar estas duas palavrinhas desta forma é tão perigoso quanto beber cerveja e uísque dentro de um navio. É enjôo na certa.

Tomei um remédio e fui dormir crente e abafando que no dia seguinte meu biquini seria farda e eu só sairia da piscina para recarregar meu copo de chopp. Olha o otimismo aí gentÊ! Acordei disposta, vesti o biquini, passei protetor solar e fui tomar o café da manhã. Não consegui passar da primeira garfada. Não sei se foi a fila digna de restaurante popular, o cheiro de fritura, as roupas bregas, a ressaca ou ainda, o balanço do mar, mas desconfio que tenha sido o conjunto da obra. Voltei para a cabine vomitando de deck em deck e não pude deixar de pensar nos versos de Pessoa "quanto do teu sal são lágrimas de portugual" adaptando para o amarelo do carpete azul do navio.

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